MANAUS – Cunhada e braço direito do médico e empresário Mouhamad Moustafa no esquema de desvios de recursos milionários da saúde no Amazonas, a advogada Priscila Marcolino Coutinho fez acordo de colaboração premiada no processo oriundo da operação Maus Caminhos.
Até aqui, somente a enfermeira Jennifer Nayara Youchabel havia assinado colaboração, detalhando como funcionava o esquema que segundo o MPF (Ministério Público Federal) desviou mais de R$ 100 milhões de recursos da saúde.
A informação de que Priscila virou delatora no caso consta em um despacho do juiz substituto da 4ª Vara, Luís Felipe Pimentel da Costa, na edição desta segunda-feira, 22, do Diário Oficial da Justiça Federal do Amazonas.
Em umas das ações penais apresentadas à Justiça Federal, o MPF afirma que a cunhada de Mouhamad – Priscila Marcolino – exercia dentro da organização criminosa a condição de chefe do núcleo financeiro, tendo a responsabilidade por todo o fluxo de dinheiro e pagamentos realizados pelo Instituto Novos Caminhos aos seus fornecedores.
Salário de R$ 80 mil
Priscila, de acordo com o MPF, era considerada da “cúpula” por, inclusive, substituir Mouhamad em suas ausências e ainda ser “merecedora do mais alto salário pago formalmente a um membro da organização criminosa – cerca de 80 mil reais mensais – denotando um grande comprometimento com a sociedade criminosa”.
Ordenadora de Pagamentos
Priscila Marcolino era, segundo o MPF, quem dava as ordens sobre todos os pagamentos realizados pelo INC a fornecedores e a não fornecedores, tendo ou não notas fiscais.
“Além de responsável pelo financeiro do INC, PRISCILA também ordenava e controlava os saques em espécie realizados nas contas bancárias das empresas do grupo econômico – Salvare, Total Saúde e SIMEA, a fim dar início ao iter criminoso da ocultação e dissimulação do dinheiro ilicitamente angariado”, diz o MPF em trecho da Ação Penal apresentada à Justiça Federal.
Saques milionários
Conforme Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) emitidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), a advogada sacou quase R$ 20 milhões em espécie, no período de 2013 a 2016, com o “falso argumento” que o dinheiro seria aplicado no pagamento de funcionários.
Em outro trecho da Ação, o MPF afirma que, por meio de Bruna Moura, Gilmar Correa e Keityane da Rocha Nazaré, foram sacados mais de R$ 23 milhões entregues diretamente para Priscila.
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