MANAUS – O governador Wilson Lima (PSC) afirmou que o estado pretende realizar entre 150 a 180 cirurgias por mês no Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte (Delphina Aziz). A afirmação foi feita na manhã desta segunda-feira (15) durante o lançamento da oferta de cirurgias eletivas na unidade, que de acordo com o chefe do Executivo, marca o início da ocupação plena do hospital.
Segundo Wilson, no contrato com o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), que será responsável por gerenciar o Complexo da Zona Norte (que compreende o HPS Delphina Aziz e a UPA Campos Sales), o estado conseguiu economizar R$ 2 milhões/mês. Em janeiro, quando o atual governo assumiu, a ocupação era de 32%.
A organização social vai receber R$ 172 milhões por ano sob a promessa de colocar 100% do hospital em funcionamento, o que não acontece desde que foi inaugurado, no governo de José Melo, em junho de 2014.
“Só nesse procedimento de assinatura de contrato, nós já estamos economizando R$ 2 milhões por mês. Ou seja, nós estamos fazendo mais com menos. E essa é uma política que tem sido adotada por mim e pela minha equipe, desde que assumimos o Governo do Estado, de conter gastos”, afirmou Wilson Lima.
O hospital foi construído pelo valor de R$ 2,3 bilhões. Para quitar a dívida, o Estado desembolsa, por ano, R$ 117,9 milhões ao consórcio responsável pela obra. O prazo para pagar toda a unidade é de 20 anos. Desde a inauguração, apenas o pronto-socorro e o parque de exames de imagem do hospital vinham funcionando.
Corte de gastos
O governador destacou que, somente nos primeiros três meses de administração, a redução de despesas é da ordem de R$ 82 milhões relativos ao corte de gastos com combustível, com alugueis, renegociação de contratos, viagens e diárias. “Estamos economizando e oferecendo mais serviços, com o é o caso da saúde, que estamos ampliando a oferta de cirurgias”, frisou.
O início das cirurgias marca a primeira etapa do projeto para colocar o HPS Delphina Aziz funcionando em capacidade plena.
“O que a gente está realizando aqui não é mutirão. As primeiras cirurgias que vamos oferecer são de hérnia e vesícula e também estamos preparando pacientes para que possam ser realizadas cirurgias de ostomia. A gente tem, há algum tempo, trabalhado para que nós possamos colocar esse hospital em funcionamento 100% e a expectativa é que isso aconteça ainda nesse primeiro semestre. Isso vai desafogar as outras unidades”, disse Wilson Lima.
Melhorias
A ampliação da oferta de cirurgias compõe o conjunto de medidas adotadas pelo Estado para sanar a situação encontrada pela atual gestão, na área da saúde. “Encontramos empresas e cooperativas com pagamentos atrasados. Nós estamos garantindo o pagamento dessas empresas em dia desde janeiro e negociamos o que está atrasado. Já pagamos 33% de uma competência e vamos pagar agora 66% dessa competência. Então esse é um novo momento na saúde em que a gente consegue ampliar serviços e diminuir custos”, classificou o governador.
Transplantes
O planejamento para a implantação do projeto contempla, também, transplantes previstos para entrarem em execução na terceira etapa. “Deverá ser transplante de rim, de fígado e também implante coclear, que é feito fora do Amazonas, inclusive, causando um grande transtorno para as famílias e para os pacientes e também gerando um custo muito significativo para o Estado”, informou Wilson Lima. No final das fases de implantação, todos os 312 leitos do hospital, dos quais 50 de UTI, e 11 salas cirúrgicas, estarão funcionando integrados com os serviços da UPA Campos Sales.
A unidade também vai intensificar o atendimento ambulatorial (consultas e exames), para reduzir o tempo de espera de quem está na fila do Sistema de Regulação (Sisreg).
Nova administração
O INDSH passa a gerir toda a assistência hospitalar, incluindo os recursos humanos do Complexo da Zona Norte, cabendo à Susam fiscalizar os serviços prestados para o cumprimento da meta assistencial. O estudo de economicidade levou em consideração os R$ 10,5 milhões que vinham sendo aplicados pela secretaria para gerir o hospital nos últimos meses, comparados aos R$ 8,4 milhões previstos no primeiro mês de contrato com INDSH, sem levar em consideração o aumento na oferta de serviços.
O valor atual cobre todos os serviços previstos, inclusive as cirurgias eletivas que não eram realizadas no HPS Zona Norte; 84 leitos de clínica médica; aumento, de 25 para 50, nos leitos de UTI e, de uma para duas a quantidade salas cirúrgicas; além da gestão de todos os serviços da UPA Campo Sales. Medicamentos, materiais e insumos e a mão-de-obra empregada nas duas unidades também são de responsabilidade da OSS. Os servidores que atuam nas duas unidades estão sendo realocados em outros serviços da rede.
Impacto na rede
A entrada em operação do Complexo da Zona Norte tem grande impacto na rede de atenção de média e alta complexidade, consequentemente, na melhoria e aumento da oferta dos serviços à população.
“Esse projeto desafoga as filas das outras unidades e a gente tem condições, então, de fazer a identidade dessas outras unidades hospitalares. O impacto é direto no sistema de saúde do Amazonas, inclusive porque os municípios do interior também terão acesso, pelo Sisreg, à oferta de serviços especializados aqui do hospital”, acrescentou o titular da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Rodrigo Tobias.