MANAUS – O vereador Coronel Gilvandro Mota (PTC) afirmou que sentiu vergonha do parlamento da Câmara Municipal de Manaus (CMM), que negou na segunda-feira (23) aprovar uma audiência pública para discutir a LGBTIfobia.
Ele é um dos 11 vereadores com voto vencido durante a votação na sessão plenária. Outros 13 vereadores votaram pela derrubada do requerimento de autoria da vereadora Joana D’arc (PR), que pedia a autorização da Casa Legislativa para realizar a audiência pública.
“Fiquei com vergonha do parlamento hoje e queria pedir desculpas a toda a categoria LGBTI, em nome de todos nós. Repudio com veemência esse radicalismo, essa postura ortodoxa da bancada evangélica (da CMM). Eles precisam entender que estamos não estamos defendendo ali nenhum princípio religioso, nós estamos defendendo direitos fundamentais. A religião é apenas uma questão a parte, e está muito claro nos fundamentos da República que devemos construir uma nação sem preconceito de raça, cor, credo, sexo, enfim, ou qualquer outra forma descriminatória. Ali hoje os vereadores agrediram e rasgaram a Constituição Federal. Não velaram pela CF e descumpriram o juramento”, analisou o coronel.
A vereadora Professora Jacqueline (PHS), que também votou favorável a realização da audiência, disse lamentar e se sentir envergonhada com a falta de maturidade política dos colegas de plenário.
“O parlamento, eu entendo, é a casa das grandes discussões, e hoje nós temos um universo de pessoas do movimento LGBTI que estão sendo agredidas e assassinadas. E a questão é que as pessoas estão tendo que lutar pelo direito a vida, e não à orientação sexual. Discutimos tanto o exercício do Direito, tem que aprender a respeitar as diferenças, temos que respeitar o diferente. A gente tem que cultivar a cultura de paz, e a Câmara Municipal de Manaus não pode inviabilizar esse público, eles tem direitos, pagam seus impostos, trabalham. Hoje foi um dia de retrocesso, a estado é laico”, afirmou a vereadora. / J.A.