MANAUS – No segundo dia de audiência para a instrução do julgamento dos envolvidos no homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos foram ouvidos 14 testemunhas de defesa.
A audiência, realizada no Fórum Ministro Henoch Reis, Zona Sul, começou às 10h11 desta quarta-feira (28) com o depoimento da primeira testemunha arrolada pela defesa e terminou às 17h02 com a 14ª e última do dia.
Na quinta-feira (29) seis peritos e um médico legista serão ouvidos pelo juiz, também como testemunhas arroladas pela defesa.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), uma testemunha de defesa poderá ser ouvida nesta quinta-feira tendo em vista que a mesma não compareceu à audiência desta quarta.
Os réus só serão interrogados na semana que vem em data a ser definida. De acordo com a assessoria, o interrogatório não será na sexta-feira (30) porque o advogado de uma das partes não poderá estar presente no dia.
O crime
O homicídio de Flávio ocorreu em setembro de 2019 e o processo tem como réus José Edvandro Martins de Souza Júnior; Mayc Vinícius Teixeira Parede; Alejandro Molina Valeiko; Paola Molina Valeiko e Elizeu da Paz de Souza.
Alejandro e Paola são filhos da ex-primeira dama de Manaus, Elisabeth Valeiko.
A casa onde Alejandro morava, em um condomínio da Zona Oeste da capital do Amazonas, foi o último local onde Flávio foi visto com vida, no dia 29 de setembro de 2019.
Houve uma festa no local e, no dia seguinte, o engenheiro foi encontrado morto em um terreno no bairro Tarumã. O corpo apresentava uma perfuração provocada por faca.
O relatório policial apontou Elizeu e Mayc como responsáveis direto pelo homicídio. Já Alejandro foi responsabilizado pelo homicídio, mas por “omissão”. A polícia concluiu que ele tinha meios de impedir o crime, mas não o fez.
Elizeu era policial militar e atuava na Casa Militar da prefeitura fazendo a segurança de Alejandro e demais parentes do então prefeito Arthur Neto (PSDB).
Na noite do crime, segundo a investigação, Elizeu retirou Flávio do condomínio, com a ajuda de Mayc, em um carro oficial da prefeitura.
Nas imagens, é possível ver Flávio no banco de traz do carro, aparentemente imobilizado por Mayc. Não se sabe se nesse momento o engenheiro já estava morto. Flávio e Mayc dizem que não.
A perícia encontrou sangue compatível como de Flávio tanto no veículo como na casa de Alejandro.
Nos autos, Alejandro, Elizeu e Mayc são indiciados por homicídio qualificado (de Flávio) e tentativa de homicídio (de Elielton Magno). Os três também foram indiciados pelo crime de ocultação de cadáver.
Elizeu foi indiciado também por fraude processual. Assim como Paola, irmão de Alejandro.
Após ser indiciado, Alejandro passou 20 dias preso no Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM 1) e deixou o local após decisão liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça), concedida no dia 26 de dezembro.
O filho da primeira-dama passou a cumprir prisão domiciliar, até ser preso novamente em 17 de março. A prisão foi revogada uma semana depois pela juíza do caso, Ana Paula de Medeiros Braga, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, após recurso da defesa.
Desde então, Alejandro segue em prisão domiciliar.
Foto: Raphael Alves
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